Texto Inicial

Quarta-feira, 9 de Julho de 2008

Texto Inicial

Decidi criar este blog para tentar organizar alguns postings sobre assuntos que eu tenho compartilhado na internet, seja por meio de noticias coletadas e arquivadas, mas que todos deveriam saber, seja sobre assuntos técnicos que vejo e participo na comunidade do orkut Engenharia de petróleo, do professor da PUC-RJ Luis Rocha (quem eu não conheço pessoalmente).

É de caráter experimental, mas espero que seja bem aceito e conte com a participação de pessoas interessadas em adicionar.
Saudações rubro-negras a todos!!!
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Luciano da Costa Elias
Eng. Quimico
EQ/UFRJ 92/1
CBS 301/91

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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Declaração do Presidente da Costa Rica (ESPETACULAR!)


 COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO: Sei que não tem nada a ver com óleo e gás, mas gostei tanto e faz todo o sentido, principalmente o que grifei, que vale a pena ser divulgado!! Infelizmente, não conferi a origem da informação, mas a minha fonte (grande amigo da perfuração Maurício Santos) é de alto grau de confiabilidade e inteligência!

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DEPOIMENTO DO PRESIDENTE DA COSTA RICA, QUE MERECE SER LIDO E REFLETIDO

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"ALGO HICIMOS MAL"



Palavras do Presidente Oscar Arias da Costa Rica  na Cúpula das Américas em
Trinidad e Tobago, 18 de abril de 2009:

"Tenho a impressão de que cada vez que os países caribenhos e latino-americanos
se reúnem com o presidente dos Estados Unidos da América, é para pedir-lhe
coisas ou para reclamar coisas.
Quase sempre, é para culpar os Estados Unidos de nossos males passados,
presentes e futuros.
Não creio que isso seja de todo justo.

Não podemos esquecer que a América Latina teve universidades antes de que os
Estados Unidos criassem Harvard e William & Mary, que são as primeiras
universidades desse país.
Não podemos esquecer que nesse continente, como no mundo inteiro, pelo menos até
1750 todos os americanos eram mais ou menos iguais:
todos eram pobres.

Ao aparecer a Revolução Industrial na Inglaterra, outros países sobem nesse
vagão:
Alemanha, França, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e aqui a
Revolução Industrial passou pela América Latina como um cometa, e não nos demos
conta.
Certamente perdemos a oportunidade.

Há também uma diferença muito grande.
Lendo a história da América Latina, comparada com a história dos Estados Unidos,
compreende-se que a América Latina não teve um John Winthrop espanhol, nem
português, que viesse com a Bíblia em sua mão disposto a construir uma Cidade
sobre uma Colina, uma cidade que brilhasse, como foi a pretensão dos peregrinos
que chegaram aos Estados Unidos.

Faz 50 anos, o México era mais rico que Portugal.
Em 1950, um país como o Brasil tinha uma renda per capita mais elevada que o da
Coréia do Sul.
Faz 60 anos, Honduras tinha mais riqueza per capita que Cingapura, e hoje
Cingapura em questão de 35 a 40 anos é um país com $40.000 de renda anual por
habitante.
Bem, algo nós fizemos mal, os latino-americanos.

Que fizemos errado?
Nem posso enumerar todas as coisas que fizemos mal.
Para começar, temos uma escolaridade de 7 anos.
Essa é a escolaridade média da América Latina e não é o caso da maioria dos
países asiáticos.
Certamente não é o caso de países como Estados Unidos e Canadá, com a melhor
educação do mundo, similar a dos europeus.
De cada 10 estudantes que ingressam no nível secundário na América Latina, em
alguns países, só um
termina esse nível secundário.
Há países que têm uma mortalidade infantil de 50 crianças por cada mil, quando a
média nos países asiáticos mais avançados é de 8, 9 ou 10.

Nós temos países onde a carga tributária é de 12% do produto interno bruto e não
é responsabilidade de ninguém, exceto nossa, que não cobremos dinheiro das
pessoas mais ricas dos nossos países.
Ninguém tem a culpa disso, a não ser nós mesmos.


Em 1950, cada cidadão norte-americano era quatro vezes mais rico que um cidadão
latino-americano.
Hoje em dia, um cidadão norte-americano é 10, 15 ou 20 vezes mais rico que um
latino-americano.
Isso não é culpa dos Estados Unidos, é culpa nossa.

No meu pronunciamento desta manhã, me referi a um fato que para mim é grotesco e
que somente demonstra que o sistema de valores do século XX, que parece ser o
que estamos pondo em prática também no século XXI, é um sistema de valores
equivocado.
Porque não pode ser que o mundo rico dedique 100.000 milhões de dólares para
aliviar a pobreza dos 80% da população do mundo
"num planeta que tem 2.500 milhões de seres humanos com uma renda de $2 por dia"
e que gaste 13 vezes mais ($1.300.000.000.000) em armas e soldados.

*Como disse esta manhã, não pode ser que a América Latina gaste $50.000*
milhões em armas e soldados.
Eu me pergunto: quem é o nosso inimigo?
Nosso inimigo, presidente Correa, desta desigualdade que o Sr. aponta com muita
razão, é a falta de educação;
é o analfabetismo;
é que não gastamos na saúde de nosso povo;
que não criamos a infra-estruturar necessária, os caminhos, as estradas, os
portos, os aeroportos;
que não estamos dedicando os recursos necessários para deter a degradação do
meio ambiente;
é a desigualdade que temos que nos envergonhar realmente;
é produto, entre muitas outras coisas, certamente,
de que não estamos educando nossos filhos e nossas filhas.

Vá alguém a uma universidade latino-americana e parece no entanto que estamos
nos sessenta, setenta ou oitenta.
Parece que nos esquecemos de que em 9 de novembro de 1989 aconteceu algo de
muito importante, ao cair o Muro de Berlim, e que o mundo mudou.
Temos que aceitar que este é um mundo diferente, e nisso francamente penso que
os acadêmicos, que toda gente pensante, que todos os economistas, que todos os
historiadores, quase concordam que o século XXI é um século dos asiáticos não
dos latino-americanos.
E eu, lamentavelmente, concordo com eles.
Porque enquanto nós continuamos discutindo sobre ideologias, continuamos
discutindo sobre todos os "ismos"
(qual é o melhor? capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo,
neoliberalismo, socialcristianismo...)
os asiáticos encontraram um "ismo" muito realista para o século XXI e o final do
século XX,
que é o *pragmatismo*.
Para só citar um exemplo, recordemos que quando Deng Xiaoping visitou Cingapura
e a Coréia do Sul, depois de ter-se dado conta de que seus próprios  vizinhos
estavam enriquecendo de uma maneira muito acelerada, regressou a Pequim e disse
aos velhos camaradas maoístas que o haviam acompanhado na Grande Marcha:
"Bem, a verdade, queridos camaradas, é que a mim não importa se o gato é branco
ou negro, só o que me interessa é que cace ratos".
E se Mao estivesse vivo, teria morrido de novo quando disse que
"a verdade é que enriquecer é glorioso".
E enquanto os chineses fazem isso, e desde 1979 até hoje crescem a 11%, 12% ou
13%, e tiraram 300 milhões de habitantes da pobreza, nós continuamos discutindo
sobre ideologias que devíamos ter enterrado há muito tempo atrás.

A boa notícia é que isto Deng Xiaoping o conseguiu quando tinha 74 anos.
Olhando em volta, queridos presidentes, não vejo ninguém que esteja perto dos 74
anos.
Por isso só lhes peço que não esperemos completá-los para fazer as mudanças que
temos que fazer.

Muchas gracias."
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COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO: 300 milhoes fora da miséria já acabaria com a miséria da Am.Latina inteira!!! e o que fizeram eles que os latinos não fizeram? permitiram o crescimento, dedicaram-se à infra-estrutura... dedicaram-se a gerar riquezas e a crescer... a desenvolver tecnologias e/ou copiá-las. Paremos de buscar uma ideologia... não precisamos de ideologia para viver! (contrariando o poeta-músico)!! Precisamos de trabalho e dedicação.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mais Pré-Sal e Marco regulatório

Petróleo: Ministros ainda discutem total de projetos que irão ao Congresso

Governo vai pedir regime de urgência para o pré-sal

Paulo de Tarso Lyra e Daniel Rittner, de Brasília - VALOR ECONOMICO
30/07/2009
 
O governo cogita enviar ao Congresso Nacional dois ou três projetos de lei, em regime de urgência constitucional, para definir as regras de exploração e produção de petróleo na camada pré-sal. A urgência, pela qual a votação da matéria deve ocorrer em 90 dias (45 na Câmara e 45 no Senado) para não trancar a pauta do Legislativo, é uma forma de evitar que a disputa política em torno da CPI da Petrobras atrase a entrada em vigor do novo marco regulatório. Já a definição sobre o número de projetos, além de obedecer a critérios jurídicos, poderá acelerar a tramitação de uma parte das regras do pré-sal e fazer com que resistências pontuais não impeçam a aprovação de medidas mais consensuais.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, conduziu ontem à tarde mais uma reunião sobre o marco regulatório. Lobão informou que outras duas reuniões ministeriais, pelo menos, deverão ser feitas para fechar as propostas.

Um dos projetos de lei tratará especificamente do fundo social a ser criado com as futuras receitas dos blocos que ainda não foram licitados. A dúvida do governo é mandar, em um projeto único ou em propostas separadas, a instituição do sistema de partilha e a criação da nova estatal que cuidará de administrar as reservas de petróleo no pré-sal e em "áreas estratégicas". O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, se disse favorável a juntar as duas iniciativas em um único projeto de lei, mas admitiu que não há consenso no governo.

Lobão minimizou a notícia, publicada pelo Valor na edição de terça-feira, que informava que, segundo o Bando de Dados de Perfuração e Produção da Agência Nacional de Petróleo (ANP) nove de 28 poços perfurados no pré-sal estavam secos ou não têm viabilidade comercial. "Isso absolutamente não é verdade", afirmou o ministro. De acordo com ele, foram perfurados 11 poços e apenas um estava seco - dados que são diferentes daqueles informados pela estatal. "Assim mesmo porque os técnicos da Petrobras furaram no local errado", disse. O ministro também não fez nenhum comentário sobre o potencial comercial dos poços perfurados pela estatal.

{COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO: Isso é postura de ministro??!! Negar informação técnica para que sempre tenha DADOS BONITOS para mostrar a fim de JUSTIFICAR a implantação de seus interesses. Quem será que presidirá a NOVA ESTATAL, filho dele, parente, secretário-testa-de-ferro??... A discussão deveria ser aberta e próxima da realidade, não um MUNDO DE FANTASIA criado dentro do governo de belezas!! Constatando o mundo de fantasia, as reuniões da Dilma e do Lobão são para ver como se vai gastar o dinheiro que ainda não foi gerado! - Incrível!!! Gasta-se dinheiro por conta!!!  Petróleo bom é petróleo já na superficie e embarcado para venda ou processamento (ou seja, já transformado em dinheiro)!! }
 
Na terça, a ANP se empenhou em assegurar ao Ministério de Minas e Energia que não há nenhum revés nas perspectivas do pré-sal e teria negado as informações publicadas no Valor, mas prometeu a Lobão e ao restante do governo "estudos aprofundados" sobre o assunto.

Técnicos do ministério citaram dados encaminhados pela ANP dando conta de que, de 34 poços perfurados, três despertaram dúvidas quanto à viabilidade comercial. Novamente, a informação que a agência passou ao governo difere daquele que ela própria mantém no site do BDEP, que é de sua responsabilidade. Lembrando que essa taxa de sucesso ainda é maior do que em outras grandes reservas petrolíferas, os técnicos disseram que a discussão não deverá influenciar a definição das novas regras de exploração na camada pré-sal.

Fontes do mercado que acompanham atentamente as discussões avaliam que o governo, se dividir em dois projetos de lei a criação da nova estatal e a introdução do sistema de partilha, terá mais chances de acelerar a tramitação de parte do pacote.

Na avaliação das fontes, há menos resistência à proposta da estatal do que ao regime de partilha - a oposição e as petrolíferas estrangeiras já se manifestaram várias vezes a favor da manutenção das concessões para as áreas não-licitadas do pré-sal. Na hipótese de surgirem dificuldades para a aprovação da partilha, o aval do Congresso à nova estatal permitiria ao governo avançar na estruturação dos futuros leilões e, principalmente, na unitização dos blocos que estão sendo explorados. Hoje, formalmente, a unitização é uma atribuição da ANP, mas deve passar para a estatal quando ela for instituída.

A unitização é considerada importante para uniformizar a exploração entre as petrolíferas que detêm concessões dos blocos. Se uma empresa avançar mais do que a outra, o poço vizinho corre o risco de simplesmente secar, já que muitos blocos se misturam debaixo da camada de sal. O processo também será decisivo no procedimento de capitalização da Petrobras, se o governo optar por essa medida. Estuda-se, em troca de ceder à estatal o controle sobre blocos vizinhos àqueles já explorados, um aumento na quantidade de ações detidas pela União.

Lobão buscou minimizar a crise no Senado e a CPI da Petrobras. Aliado do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), o ministro chegou a brincar que a crise internacional pode afetar mais o debate do que a crise envolvendo seu partido. Mas lembrou que o assunto começará a ser discutido na Câmara, onde não há crise.

O ministro afirmou também que, no projeto que estabelece o marco regulatório, estará definido o modelo de licitação dos novos campos de exploração do pré-sal. Ele confirmou a intenção do Executivo de permitir que a Petrobras seja a operadora de blocos sem a necessidade de licitação e disse que a empresa poderá atuar como sócia minoritária em leilões vencidos por multinacionais. "Essa participação poderia ser, por exemplo, de apenas 1%", comentou Lobão, à saída de um almoço no Itamaraty para receber o presidente da Nigéria.
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COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO: Como esse povo do governo deve ter muitas ações da Petrobras, fazem de tudo para defendê-la. É perturbador ver o quanto de parcialidade existe nesse governo!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

PRÉ-SAL: Não é 100% garantido para quem explora - Há riscos: modelo atual se justifica - Modelo novo não.

No pré-sal, 32% dos poços abertos são pouco viáveis


    Cláudia Schüffner, do Rio (VALOR ECONOMICO)
    28/07/2009


Nove dos 28 poços perfurados no pré-sal estão secos ou são classificados como produtores subcomerciais de petróleo

Dos 28 poços já perfurados no pré-sal das bacias de Santos e Campos pela Petrobras e suas parceiras, 9 (32%) mostraram resultados pouco animadores: secos ou classificados como produtores subcomerciais de petróleo ou gás. As informações sobre o que a estatal encontrou - ou não encontrou - em cada um dos poços perfurados são públicas e podem ser consultadas no site do Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da Agência Nacional do Petróleo. Apesar de públicos, esses dados sobre o sucesso ou insucesso das perfurações não foram oficialmente informados ao mercado.

Um dos poços registrados no banco de dados foi perfurado pela BG e é denominado Corcovado 1 (6BG6P-SPS). Foi classificado no site como seco e sem indício de petróleo, mas a inglesa BG e a Petrobras anunciaram a descoberta de "indícios de hidrocarbonetos" em 8 de abril. A área também foi apresentada pela Petrobras durante a Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, em palestra sobre a província do pré-sal onde foram apontados os poços perfurados na área.

Dos poços perfurados pela Petrobras no pré-sal, alguns estão abaixo de campos que ela já tinha descoberto acima da camada de sal, alguns enormemente produtivos. É o caso de Roncador, um dos campos gigantes da estatal na Bacia de Campos, onde a Petrobras furou um poço no pré-sal classificado como produtor subcomercial de óleo (6RO64D). Outro exemplo é o poço Baleia Franca, que recebeu a identificação 6BFR1ESS, na Bacia do Espírito Santo, também produtor subcomercial.

Os poços de pouca viabilidade foram encontrados na mesma grande área onde estão Tupi e Iara, que juntos possuem reservas estimadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris.

PRÉ-SAL: Campos sem óleo estão ao lado de grandes reservas

Petróleo: Sucesso de exploração da indústria mundial é inferior ao alcançado até agora no Brasil

Campos sem óleo estão ao lado de grandes reservas

Cláudia Schüffner, do Rio (VALOR ECONOMICO)
28/07/2009
Maior província petrolífera encontrada no mundo nos últimos 30 anos, a Petrobras encontrou no pré-sal da bacia de Santos campos gigantes como Tupi, onde a estatal estima existirem 5 a 8 bilhões de barris de petróleo recuperáveis. Contudo, a área do pré-sal, apontada como "bilhete premiado" pela Petrobras e pelo governo federal, que prepara um novo marco regulatório do país, também tem poços secos. Mesmo assim os índices de sucesso exploratório ali são até melhores que a média da indústria mundial, que é de 25% a 30%.

Até agora o único fracasso conhecido no pré-sal da bacia de Santos era da Exxon, no poço Guarani, perfurado no bloco BM-S-22 da bacia de Santos e onde a gigante americana também encontrou o reservatório batizado de Azulão em janeiro. Pelo site ANP, outras perfurações ao longo do pré-sal também não acharam óleo.

A classsificação dos poços pelas empresas no Brasil obedece a uma portaria da ANP, a número 76, editada em 2000, e que regulamenta os procedimentos a serem adotados para reclassificar os poços. Entre outras categorias, a regra estabelece códigos que informam desde a profundidade até o resultado da perfuração. Por essa regra, por exemplo, um poço portador de petróleo ou gás, ou de ambos, "é todo poço incapaz de permitir a produção em quantidades comerciais, independentemente das facilidades de produção na área (...)". Nesse caso ele deve ser reclassificado como 5. A mesma portaria diz que poço seco "é todo poço onde não se caracterizou a presença de petróleo móvel e/ou gás natural (...), devendo ser reclassificado como 6. Pela portaria, o resultado seria um sucesso se fosse classificado como "poço descobridor de nova área produtora (código 1), ou descobridor de nova jazida (código 4).

Ao comunicar a descoberta de Corcovado, em abril deste ano, a BG e a Petrobras informaram que a perfuração foi feita em reservatórios do pré-sal a uma profundidade de 800 metros a uma distância de aproximadamente 130 quilômetros da costa do estado de São Paulo. A área fica um pouco fora, ou na franja, da faixa de 200 por 800 quilômetros delimitada inicialmente pela Petrobras para marcar a área do pré-sal.

A estatal tem 60% do bloco BM-S-52, onde foi furado o poço, e transferiu a operação para a BG apenas na fase exploratória devido a escassez de sondas de perfuração. No Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da ANP, este poço recebeu o código 6-BG-6P SPS. No resultado informado ao BDEP após a perfuração da jazida mais profunda está a informação: "seco sem indícios de petróleo". No poço 6-BRSA-639-ESS (ou Baleia Franca) foi informado como resultado que o poço é "produtor subcomercial de óleo e gás".

Procurada pelo Valor, a BG respondeu, por meio da assessoria, que "Corcovado 1 tem óleo e o segundo poço ainda está sendo perfurado". Também procurada, a assessoria da Petrobras informou que estava com dificuldades para responder aos questionamentos, o que ficou para hoje. Para evitar que a informação fosse divulgada pelo blog da estatal, a decisão do jornal foi encaminhar as perguntas verbalmente.
 

quarta-feira, 15 de julho de 2009

AZULAO E GUARANI MOSTRAM QUE PRÉ-SAL NÃO É UMA ARABIA SAUDITA

Mais um fracasso no pré-sal
Por Malu Gaspar | 14/07/2009 - 12:26

Na Petrobras até os copeiros da diretoria de Exploração e Produção já sabem. O poço seco de Guanari, operado pela Exxon (40%), em sociedade com a Amerada Hess (40%) e a Petrobras (20%), não foi o único a decepcionar no pré-sal. Embora não possa, tecnicamente, ser chamado de poço seco, o Azulão, que fica no mesmo bloco de Guarani e é explorado pelo mesmo consórcio, tem muito pouco óleo e nenhuma viabilidade comercial. Tanto que já foi apelidado internamente de "Azulinho". Na estatal, não se entende porque a Exxon, operadora do bloco, ainda não divulgou o total de reservas do Azulão. No ano passado, a Exxon disse que esperava divulgar os números desse poço no início de 2009. Mas, até agora, tudo o que foi dito é que o Azulão teve sucesso geológico (foi encontrado petróleo), o que é bem diferente de ser um sucesso comercial. O anúncio de que Guarani não continha óleo algum, na semana passada, ajudou a colocar o assunto em termos mais realistas, lembrando que procurar petróleo sempre é uma atividade de risco, mesmo numa área tão promissora. Mas provocou desconforto no governo Lula, já que foi com base no argumento de que o pré-sal é área sem risco exploratório que se decidiu criar uma estatal só para gerir suas receitas. Caso decidissem ser 100% claros a respeito da exploração de óleo no pré-sal, a Petrobras e o governo teriam de admitir ainda outro fato incômodo, sobre o qual toda a área técnica da companhia concorda: embora as rochas do pré-sal ocupem uma área da costa que vai de Santa Catarina até o Espírito Santo, a área onde se poderá retirar petróleo com fins comerciais é bem menor.

terça-feira, 14 de julho de 2009

NOVA LEI DO PETROLEO - NOVO MARCO REGULATORIO - RETROCESSO

Hoje de manhã fiquei sabendo que a tão falada (e postergada) lei para o "Novo Marco Regulatório do Setor de Petróleo" será o modelo de partilha de produção por uma empresa estatal. Isso é um retrocesso sem tamanho.

Lamentável!!! Indicativo de um corporativismo sindicalista controlador e aproveitador (um monte de cargos para cabide de emprego) que não é condizente com o desenvolvimento econômico que se espera. É muito triste. Só nos resta torcer para não passar na Câmara e no Senado. Até lá haverá muita discussão política durante as campanhas do ano que vem.

Esse tipo de mudança de regras (tecnicamente dispensável, pois bastava aumentar o valor dos royalties nas áreas de maior probabilidade) atrapalha a vinda de empresas grandes que são indutoras do crescimento econômico, porque demandam mais mão-de-obra de companhias de serviço. Além de atrapalhar o desenvolvimento de empresas pequenas em campos terrestres  que também são indutoras por necessitar de cias de serviço.

Aliás, como a empresa estatal partilhará produções tão pequenas (terrestres) em Estados tão pobres (N-NE) e distantes dos grandes centros refinadores e consumidores???

Triste politizar algo tão importante para o nosso país. Triste a cegueira que a politização causa aos que não estão familiarizados com o mercado de petróleo.

Só queria manifestar aqui a minha opinião contrária por não  ver beneficio algum nesta nova mudança de regras, considero-a um retrocesso prejudicial ao desenvolvimento economico das regiões interessadas e prejudicial sobretudo à geração de empregos nas companhias de serviço (cias que apóiam as operadoras com tecnologia e equipamentos e mão-de-obra) e nas companhias petroleiras que estavam esperando estas novas regras para investir. Assim, haverá menos brasileiros sendo preparados pelas cias para atender a uma demanda que tendia a ser alta e agora é incerta ou menor por empregos. Com a demanda menor, haverá mão-de-obra estrangeira treinada que ocupará estes cargos, pois no Brasil não há pessoas com experiência suficientes, assim as cias optavam por treinar muitos brasileiros pois esperavam um "boom". Com essa ducha de água-fria por mudança de regras, fica tudo incerto e tudo será reduzido.
 

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Consulta Pública MEC


From: Alexandre Leiras Gomes [mailto:aleiras@eq.ufrj.br]
Sent: Saturday, July 11, 2009 8:33 AM
Subject: Consulta Pública MEC

 

Prezado(a) Amigo, bom dia.

 

Como é do conhecimento de todos, o MEC colocou em consulta pública em 29/06 uma proposta de alteração das denominações dos cursos de engenharia.  Esta proposta nos afeta diretamente pois propõe extinguir a incipiente denominação de engenharia de petróleo, substituindo-a por: engenharia de minas ou engenharia química ou engenharia mecânica.  Uma análise breve das referências curriculares destes cursos (disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13812&Itemid=995) permite verificar que o que entendemos por engenharia de petróleo não está contemplado em nenhum destes cursos.
Estamos fazendo vários contatos de forma a tentar barrar esta proposta, mas como a consulta pública é na forma de resposta em formulário on-line, fizemos o preenchimento de uma versão padrão do mesmo, com o quantitativo de caracteres possíveis, a qual enviamos em anexo.

Desta forma, caso concordem com o texto, solicitamos que o formulário seja preenchido do tipo "copiar" e "colar" nos respectivos campos, juntamente com sua identificação (não dura mais que 2 minutos).

O caminho é: http://portal.mec.gov.br/formularios/sistema_integrado/index.php/contribuicoes-referenciais-nacionais

Esta consulta é à sociedade, logo quanto mais respostas, mais forte fica a nossa posição.


Grato pela atenção.

 

Atenciosamente,

 

Alexandre Leiras
--
====================================
Alexandre Leiras Gomes
Engenheiro Químico, D.Sc.
Coordenador do Curso Engenharia de Petróleo
Departamento de Processos Orgânicos
Escola de Química da UFRJ
Tel: (21) 2562-7574
http://lattes.cnpq.br/1292921100356049
====================================
ANEXO:

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC

Secretaria de Educação SUPERIOR – SESu

Projeto: Referenciais Nacionais de Graduação - Engenharias

 

Contribuições aos Referenciais Nacionais de Engenharia

1. Identificação do Proponente (Campos de preenchimento obrigatório*)

*Nome completo:

 

 

 

*Profissão/Atividade:

Instituição de vínculo:

 

 

*Cidade:

*UF:

 

 

*Telefone:

*Correio eletrônico:

Sítio eletrônico:

 

 

 

 

2. CONTRIBUIÇÃO aO DESCRITIVO DE CURSO

2.1 Tipo de alteração:

 

[ X ] Denominação do curso

[ X ] Perfil do egresso

[ X ] Temas abordados na formação

[ X ] Áreas de atuação

[ X ] Infra-estrutura recomendada

 

2.3 Detalhamento da alteração ao descritivo de curso

2.3.1. Denominação do curso (máximo de 800 caracteres)

ENGENHARIA DE PETRÓLEO

2.3.2. Perfil do egresso: (máximo de 800 caracteres)

 

O termo ENGENHARIA DE PETRÓLEO denota a área da engenharia que se preocupa com O desenvolvimento das acumulações de óleo e gás descobertas durante a fase de exploração de um campo petrolífero, com as atividades que vão desde a perfuração de poços até o processamento primário do petróleo.

O ENGENHEIRO DE PETRÓLEO apresenta uma formação profissional com conhecimentos politécnicos, nas áreas de geo-engenharia de reservatórios, engenharia de poço, processo de produção, tecnologia offshore, economia do petróleo e meio ambiente.

 

2.3.3. Temas abordados na formação: (máximo de 800 caracteres)

 

Atendidos os conteúdos básicos da Engenharia, os conteúdos profissionalizantes são: Geo-Eng de Reservatórios (Análise de Bacias, Geologia do Petróleo, Estudo Geológico de Campo, Eng Reservatórios, Avaliação de Formações, Mod de Bacias, Simulação e Modelagem de Reservatórios, Métodos de Recuperação); Eng de Poço (Perfuração de Poços, Completação de Poços, Fluidos de Perfuração); Processo de Produção (Processamento de Petróleo, Termodinâmica, Mecânica dos Fluidos, Transferência de Calor, Escoamento Multifásico, Instalações de Produção, Elevação Artificial); Explotação no Mar (Comportamento Hidrodinâmico de Plataformas, Comportamento Estrutural de Sistemas Oceânicos, Sistemas Submarinos); Gestão e Economia (Avaliação Econômica de Projetos, Regulação e Legislação, Gestão de Operações em E&P).

 

2.3.4. Áreas de atuação: (máximo de 800 caracteres)

 

O ENGENHEIRO DE PETRÓLEO formado estará apto a trabalhar na indústria de petróleo, particularmente naqueles ramos relacionados à exploração e produção, bem como a integrar equipes multidisciplinares responsáveis pelo projeto de desenvolvimento de campos de petróleo em terra e no mar, podendo atuar também em Agências Governamentais, centros de pesquisa, ensino e na pós-graduação.

 

2.3.5. Infra-estrutura recomendada: (máximo de 800 caracteres)

 

Laboratórios de geologia, geofísica, petrologia e sedimentologia; Laboratórios de química do petróleo; Laboratórios de fluidos de perfuração e completação de poços; Laboratórios de simulação de reservatórios; Laboratórios de tecnologias de poço; Laboratório de estruturas oceânicas.

 


 

3. PROPOSTA DE INCLUSÃO DE NOVO CURSO

3.1. Curso proposto:

ENGENHARIA DE PETRÓLEO

3.2. Justificativa da proposta de inclusão: (máximo de 2000 caracteres)

A indústria do petróleo se caracteriza por ser uma indústria intensiva em tecnologia, se apoiando fortemente no desenvolvimento científico. A exploração e a produção de petróleo, em condições cada vez mais adversas, demandam o desenvolvimento de pesquisas avançadas e a formação de recursos humanos qualificados, tanto a nível mundial quanto a nível nacional. O termo ENGENHARIA DE PETRÓLEO denota a área da engenharia que se preocupa com o desenvolvimento das acumulações de óleo e gás descobertas durante a fase de exploração de um campo petrolífero, com as atividades que vão desde a perfuração de poços até o processamento primário do petróleo, englobando a perfuração de poços e sistemas de produção. O termo já está consagrado e em uso pelo menos há 50 anos (A SPE, Society of Petroleum Engineering foi fundada em 1957 e hoje congrega mais de 70.000 profissionais no mundo) e já é utilizado em diversos países. O Curso de ENGENHARIA DE PETRÓLEO visa formar um eng com uma sólida formação técnica, científica e profissional que o capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas. O ENGENHEIRO DE PETRÓLEO formado está apto a trabalhar na indústria de petróleo, particularmente naqueles ramos relacionados à exploração e produção, bem como a integrar equipes multidisciplinares responsáveis pelo projeto de desenvolvimento de campos de petróleo. A profissão é reconhecida pelo CONFEA, através da Resolução - nº 218, de 29 junho de 1973, publicado no D.O.U., Brasília, DF, 31 jul. 1973, Art. 16.  Desta forma, pode-se observar que as atividades desempenhadas por um ENGENHEIRO DE PETRÓLEO demandam perfis e competências específicas, que não fazem parte de NENHUM curso de eng de minas/química/mecânica. Após a flexibilização da indústria do petróleo em 1997, a demanda por profissionais com uma formação sólida e especializada aumentou, levando a criação de novos cursos (36 de ENGENHARIA DE PETRÓLEO).

 

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Mercado aquecido para técnicos e executivos

Mercado aquecido para técnicos e executivos no setor de óleo e gás

Com investimentos bilionários e projetos de longo prazo, que em muitos casos chegam a 20 anos, o setor de óleo e gás, especialmente no Brasil, não se abalou com a crise e nem com as variações no preço do petróleo. De acordo com os especialistas ouvidos pelo Valor, o mercado continuará aquecido por muito tempo, o que faz crescer a carência de profissionais qualificados para cargos do alto escalão e de média gerência. Um problema que já considerado global na área.

Por se tratarem em sua grande maioria de multinacionais, as empresas acabam deslocando parte de sua força de trabalho conforme o necessário e é cada vez mais comum a "importação" e a "exportação" de talentos, inclusive para dar e receber treinamento. "Recrutamos muitos profissionais de países como Angola, Noruega e Estados Unidos. No geral, eles detém grande conhecimento e experiência", afirma Fabiano Kawano, responsável pela divisão de óleo e gás da empresa de recrutamento Robert Half .

Buscar gente no mercado brasileiro e na concorrência, no entanto, é inevitável. Essa demanda atrai pessoas de outros setores, como engenheiros mecânicos ou de projetos, interessadas na alta remuneração e nos bônus polpudos da indústria do petróleo. "A inflação de salários diminuiu recentemente, mas o setor de óleo e gás é um dos poucos onde ainda vemos executivos mudando de empresa com aumentos de 30% até 100%", diz Kawano.

De acordo com Ricardo Guedes, diretor da Michael Page no Rio de Janeiro, gerentes técnicos na área de óleo e gás ganham entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, dependendo da especialização. Os trabalhos mais comuns na área são chamados de "upstream", atividades de exploração, perfuração e produção; "downstream", transporte, distribuição e comercialização; equipamentos e construção. As formações mais comuns nesse setor são engenharia e geociências.

Quem atua nas plataformas em alto-mar (offshore) geralmente segue a escala de 14 dias embarcado e 14 dias em terra.

A movimentação no mercado de trabalho, segundo Guedes acontece paralelamente à Petrobras, já que a estatal recruta por meio de concurso público, possui uma infraestrutura sólida e muitos recursos para capacitar internamente e reter as peças-chave. "Para operar, a Petrobras movimenta uma cadeia complexa, terceirizando tarefas e fazendo parcerias com fornecedores e outras companhias. Estas, assim como alguns grupos globais, são os que nos procuram", afirma. O setor representa 30% do faturamento do escritório da Michael Page.

De olho nesse mercado, a Hays, empresa global de recrutamento, acaba de inaugurar sua divisão de óleo e gás no Rio de Janeiro para abranger toda a América do Sul e estima que, dentro de um ano, a área também responda por 30% dos negócios do escritório.

"O Brasil é um excelente lugar para se estar atualmente quando se fala de óleo e gás. Atuei em mercados mais maduros e vejo no país um potencial de crescimento enorme. Além das boas perspectivas para o futuro, é importante ressaltar que há muito para ser feito desde agora, pois vários projetos já estão em andamento", afirma Matt Underhill, diretor global da Hays para a divisão de óleo e gás.

O braço nacional da Hays Oil & Gas ficará a cargo de Gustavo Costa, que comanda os negócios da empresa no Rio de Janeiro. "O recrutamento nessa área é muito exigente, pois lidamos com posições estratégicas e técnicas. O processo é um pouco mais lento e o encaixe precisa ser perfeito", diz Costa.

A empresa abriu uma linha específica para óleo e gás internacionalmente há apenas três anos e possui um banco de dados para integrar talentos de todas as suas bases - Inglaterra, Austrália, Cingapura, Canadá, Emirados Árabes Unidos e, agora, Brasil. Para Underhill, a criação de empregos no segmento não está diretamente ligada ao número de habitantes de um país, mas ao tamanho de suas reservas petrolíferas e dos investimentos que elas recebem.

Ele lembra que, 20 anos atrás, o mercado era dominado por engenheiros britânicos e americanos. Hoje, as empresas apostam mais na força de trabalho local. Mesmo assim, buscar e enviar profissionais para outros continentes é da natureza desse negócio. "Nenhum país do mundo consegue atender todas as suas necessidades apenas com talentos domésticos. Disponibilidade para trabalhar em operações internacionais é fundamental", afirma.

Na opinião dos recrutadores, a deficiência em idiomas é uma das maiores barreiras para que os brasileiros consigam preencher as vagas e evoluir na carreira. "A dificuldade é ainda maior para os profissionais com mais de 35 anos de idade. Muitos ficam estagnados no cargo ou não podem aceitar propostas externas porque não conseguem se reportar à matriz no exterior ou fazer parte de uma equipe com indivíduos de diversas culturas", diz Fabiano Kawano, da Robert Half.

A analista de recursos humanos Rita Martins concorda. Ela é responsável pelo recrutamento e seleção no Brasil da National Oilwell Varco (NOV), empresa de origem norueguesa que atende a indústria petrolífera inspecionando e fabricando equipamentos offshore e que emprega 600 funcionários no Brasil.

Atualmente, a dificuldade da companhia é preencher vagas para engenheiros mecânicos com conhecimentos em hidráulica. "Os candidatos que se encaixam no perfil não falam inglês e os que falam não têm experiência na função. Situações como essa são recorrentes", diz.

A NOV investe em treinamento interno com uma escola técnica própria, na qual traz profissionais mais experientes da matriz e de filiais de outros países para ensinar. Além disso, manda colaboradores brasileiros para se capacitarem no exterior, reforçando ainda mais a importância do domínio da língua inglesa.

Segundo Rita, fazer cursos de aperfeiçoamento fora do país é uma necessidade, mas também uma forma de valorizar e segurar os talentos. "Esse é um mercado extremamente competitivo e o assédio da concorrência é grande. É preciso ter programas bem estabelecidos de bônus, retenção e planejamento de carreira para não perder os melhores", afirma.

Gerente de interface no Brasil da multinacional holandesa SBM Offshore N.V., Rafael Torres tem experiência e sólida formação no setor, o que desperta interesse em diversas companhias. O executivo trabalhou cinco anos como terceirizado na Petrobras e migrou posteriormente para o ramo de siderurgia, onde ficou por mais dois.

Com um MBA na área de óleo e gás e outro em gerenciamento de projetos no currículo, porém, ele passou a receber diversas ofertas de empresas petrolíferas e há seis meses está na SBM. "Mesmo empregado continuam chegando propostas, mas não não é só a questão financeira que deve ser levada em conta. Tenho um objetivo, um plano de carreira, e não quero ficar pulando de emprego."

Com experiência internacional de três anos na África e tendo ocupado cargos diversos na Halliburton, Lúcio Pedroso está há 10 anos na área e também recebe convites de emprego regularmente. Hoje, responsável pelo inventário de plataformas brasileiras da multinacional americana Pride International, ele conta que determinadas funções são tão difíceis de serem preenchidas que as empresas oferecem bônus e recompensas em dinheiro para funcionários que indicarem candidatos no mercado. "As tecnologias usadas na nossa área são específicas e muita coisa só se aprende na prática", afirma.

Pedroso revela que, assim como a Pride, outras empresas de offshore estão trazendo novas plataformas para o Brasil, o que causa uma movimentação ainda maior no mercado. "São necessárias no mínimo cem pessoas para fazer cada plataforma funcionar e, de acordo com a legislação, metade da tripulação deve ser brasileira", diz.(Fonte: valor Econômico/Rafael Sigollo, de São Paulo)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Petrobras se alia a Baker Hughes para pesquisa tecnológica do pré-sal

Agência Folha

 Rio, 01/07/2009 - 20h52  - A Petrobras e a empresa norte-americana Baker Hughes, fornecedora de equipamentos, serviços e softwares para a indústria de petróleo e gás assinaram nesta quarta-feira (1º) acordo de cooperação tecnológica para exploração do pré-sal.

O compromisso prevê pesquisas e desenvolvimento de tecnologias para as áreas de poço, reservatórios e elevação e escoamento de petróleo, com foco nos projetos do pré-sal. O projeto deve resultar, em 2010, na implantação do Centro de Tecnologias do Rio, a ser instalado no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão.

A Petrobras informou que o acordo firmado entre as duas empresas é um passo importante na consolidação do Brasil como polo produtor de tecnologia. "A Baker já atua no mercado brasileiro há cerca de 40 anos e agora alavancará seus investimentos na área de desenvolvimento de tecnologias no país, tendo como foco as demandas da Petrobras", informou a estatal.

Segundo a empresa brasileira, o Centro de Tecnologias funcionará como um polo de desenvolvimento e aplicação de tecnologias e atuará nas áreas de caracterização de reservatórios, otimização da perfuração, completação de poços e produção. De acordo com o vice-presidente da Baker para o Brasil, o foco do trabalho a ser desenvolvido estará voltado para a redução de custos de construção e avaliação de poços em águas profundas e para a otimização da produção e do fator de recuperação dos reservatórios, com a gradativa evolução do conhecimento das acumulações do pré-sal.

O investimento estimado para os próximos quatro anos será de R$ 32 milhões para a Petrobras e de R$ 56 milhões para a Baker Hughes. A iniciativa prevê, também, o envolvimento das universidades Unicamp (Campinas), PUC (Rio), UFRJ (Rio) e Uenf (Macaé), que atuarão em parceria com as duas empresas.

Segundo o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, "a Baker já é uma parceira antiga da Petrobras e vem, ao longo dos anos, aperfeiçoando cada vez mais seu aparato tecnológico tendo em vista a superação dos novos desafios que se impõem. No futuro, veremos que esse é um dia histórico por ter iniciado uma nova parceria entre a Petrobras e a Baker".