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Quarta-feira, 9 de Julho de 2008

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Decidi criar este blog para tentar organizar alguns postings sobre assuntos que eu tenho compartilhado na internet, seja por meio de noticias coletadas e arquivadas, mas que todos deveriam saber, seja sobre assuntos técnicos que vejo e participo na comunidade do orkut Engenharia de petróleo, do professor da PUC-RJ Luis Rocha (quem eu não conheço pessoalmente).

É de caráter experimental, mas espero que seja bem aceito e conte com a participação de pessoas interessadas em adicionar.
Saudações rubro-negras a todos!!!
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Luciano da Costa Elias
Eng. Quimico
EQ/UFRJ 92/1
CBS 301/91

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Campos Maduros e RECAGE: aumento do fator de recuperação

Petrobras amplia capacidade de recuperação dos poços

O desenvolvimento de tecnologias de recuperação de poços de petróleo permitiu que a Petrobras aumentasse em 15,2% o volume recuperável de petróleo existente nos seus campos de produção, vale dizer, suas reservas recuperáveis, de 2000 a 2009. O fator de recuperação da empresa, que é a relação entre o petróleo existente no poço e aquilo que é tecnicamente possível extrair, passou de 27,7% para 31,9% no período.

Desde 2007 até 2011 a estatal está investindo US$ 3 bilhões em programas de recuperação que irão aumentar em 850 mil barris as suas reserva recuperáveis, o que equivale à descoberta de um campo gigante capaz de produzir 100 mil barris de óleo por dia por mais de 23 anos. É considerado campo gigante toda reserva superior a 500 milhões de barris de óleo. Guará, um dos gigantes do pré-sal já descobertos, tem reserva estimadas em de 1,1 bilhão a 2 bilhões de barris.

"Qual a grande vantagem da revitalização? É que você não precisa de novas instalações", disse Carlos Eugenio Melro da Resurreição, gerente-geral de Reservas e Reservatórios da Unidade de Exploração e Produção da Petrobras. Com a elevação do preço do petróleo ao longo desta década, apesar da forte oscilação provocada pela crise da virada de 2008 para 2009, os custos de instalações tornaram-se muito elevados, estimulando empresas de petróleo do mundo inteiro a investir em tecnologias de recuperação que permitam produzir mais com os equipamentos já existentes. A forma mais clássica de elevar a produção de um poço é a injeção de fluido - a água é o mais comum - para elevar a pressão no reservatório.

Resurreição explicou que no campo de Albacora (bacia de Campos, RJ), a Petrobras utilizou uma técnica inédita no Brasil e na profundidade do campo (1.200 metros abaixo da superfície do mar) para elevar a capacidade de recuperação e, ao mesmo tempo, eliminar a necessidade de instalar uma nova plataforma na área (Albacora já conta com duas instalações). Foi desenvolvido um sistema remoto de captação de água a mil metros de profundidade para injeção nos poços, eliminando a necessidade de captar o líquido em uma plataforma instalada na superfície para posterior injeção no reservatório. O sistema está previsto para operar a partir de março de 2010.

Segundo o gerente da Petrobras, todo poço de petróleo torna-se passível de ser submetido a ações de recuperação da capacidade produtiva a partir do momento que sua produção alcança 40% do volume recuperável inicialmente estimado. Atualmente, 60% de todas as reservas em produção da Petrobras estão nesta condição, ou seja, estão em campos considerados maduros. Entre os campos em produção da estatal estão alguns considerados referências mundiais pelo elevado fator de recuperação. São os casos de Namorado e Piraúna, ambos na bacia de Campos, que têm fator de recuperação de 70% das reservas descobertas.

Resurreição disse que o fator médio de recuperação mundial é hoje de 30% e que, com o desenvolvimento das técnicas de recuperação, é possível elevar essa média para até 50%. Tudo dependerá, é claro, da sobrevida do petróleo como matéria-prima na atual conjuntura de necessidade imperiosa que tem o mundo de reduzir a emissão de gases geradores do efeito estufa. Graças ao esforço de recuperação de reservas, a Petrobras vem conseguindo manter estável há 20 anos sua produção em terra na Bahia, iniciada há cerca de 50 anos.

No campo de Carmópolis, em Sergipe (também em terra), descoberto em 1963, a estatal está conseguindo outro sucesso importante: Após atingir seu pico de produção em 1989, com 27 mil barris por dia, o campo entrou em declínio e, já com esforços de recuperação, produz hoje 24 mil barris por dia. Com a introdução de novas técnicas, a produção diária deverá subir para 31 mil barris de óleo em 2012, alcançando um novo patamar.

O primeiro campo marítimo do Brasil, Guaricema, em Sergipe, descoberto em 1968, teve as reservas elevadas em 23% na comparação com os níveis de 2004. Já os campos de Enchova, Garoupa, Pampo e Namorado, pioneiros da bacia de Campos, tiveram reservas ampliadas em 30%. O incremento das reservas vem acontecendo desde 2003, quando a Petrobras passou a perseguir metas, criando o programa de Revitalização de Campos de Alto Grau de Explotação (Recage). Na primeira fase, concluída em 2008, o fator de recuperação cresceu quatro pontos percentuais. Na segunda fase, que vai até 2012, a meta é elevar em sete pontos.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Chico Santos, do Rio)
 
Nota para leigos: Quando se descobre um campo, avalia-se o tamanho e estima-se o volume de óleo existente neste campo. No entanto, avalia-se também o quanto deste volume pode ser recuperado. Este volume recuperável é o que entra nas reservas provadas da companhia e que aumenta o valor da mesma no mercado pois é volume "garantido" para dispor para venda de petróleo. Conforme as tecnologias avançam, o fator de recuperação de alguns campos pode ser mudado pois o que não era possível recuperar passa a ser possível. O contrário também é verdadeiro (porém raro), ou seja, erros na produção podem acabar com a "vida útil" do campo antes. Por isso, as empresas reavaliam periodicamente as suas reservas tanto de campos em produção como de campos ainda por produzir.

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