Perfuração para capitalizar Petrobras em novembro
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, disse nesta quinta-feira que a agência deverá iniciar, em novembro, a perfuração do primeiro poço para localizar a reserva de 5 bilhões de barris de petróleo que será usada pela União na operação de capitalização da Petrobras. "Vamos começar a perfurar agora, em curtíssimo prazo. Acho que em novembro começamos a perfuração", disse o diretor em entrevista na Câmara dos Deputados.
Segundo o executivo, as perfurações pelas duas sondas que serão deslocadas pela estatal de outros projetos vão se concentrar na chamada "picanha" do pré-sal, ou seja, próximas dos campos onde já foram feitas grandes descobertas, como Tupi. "Nós constituímos uma comissão mista da Petrobras e ANP para analisar o platô de São Paulo onde está Tupi, e vamos buscar a área que tem mais possibilidade", explicou Lima. "Por enquanto não se chegou a uma conclusão, mas vai ser perto de Tupi", acrescentou.
De acordo com Lima, a chamada "picanha azul" é a área demarcada ao longo da costa que concentra todas as descobertas do pré-sal. "Parece uma picanha, e azul porque está no mar", definiu. Lima disse que no centro dessa área nobre no pré-sal fica o platô de São Paulo, cujas chances de sucesso seriam de praticamente 100%. "O nosso propósito é identificar 5 bilhões de barris em áreas não concedidas dentro do pré-sal", explicou.
Segundo Lima, cada perfuração para localizar os 5 bilhões de barris da Petrobras deverá custar algo entre R$ 100 milhões e R$ 130 milhões. Para ele, poderão ser feitos até três ou quatro perfurações. O dinheiro virá de uma taxa de 1% das chamadas Participações Especiais que é cobrada das petroleiras. Esse 1% da participação especial é aplicada na pesquisa e no desenvolvimento do setor de petróleo. De acordo com ele, a Petrobras não vai ressarcir o investimento.
Lima participaria nesta quinta-feira de uma audiência pública da Comissão Especial da Casa que analisa o projeto de lei que estabelece a partilha como sistema de produção no pré-sal. Segundo o próprio diretor da ANP, a audiência foi adiada para a próxima terça-feira, dia 20, porque havia poucos deputados presentes à comissão.
Um dos projetos enviados pelo governo ao Congresso, visando mudar a regulamentação do setor de petróleo, envolve a capitalização da Petrobras. Colocando de forma simples, a União pretende conceder à Petrobras os direitos de exploração de reservas com cerca de 5 bilhões de barris em troca de ações da companhia. Além da Petrobras, outros acionistas poderiam aderir, com recursos próprios, ao aumento de capital, para não terem suas participações diluídas.
Para definir o valor do barril de petróleo, e consequentemente o tamanho da operação, é necessário definir com exatidão a localização das reservas, trabalho que está à cargo da ANP, que contratou a Petrobras para auxiliá-la. Lima revelou ainda que a preferência é a escolha de uma área que não será unitizada, ou seja, um local cujos reservatórios não extrapolem para os blocos já concedidos. "Queríamos evitar blocos com unitização, porque seria mais um problema", explicou. ((Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Com agências)
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